O presidente do Santos, Odílio Rodrigues, não gostou da postura de Cícero, que deixou o clube na última quarta-feira para negociar com o Fluminense. O dirigente criticou os dois pedidos de aumento salarial do meia, que já recebia R$ 350 mil na Vila Belmiro. Odílio responsabilizou Cícero pela transferência, apesar de ela ter sido conveniente do ponto de vista financeiro para o clube, que teve uma dívida de R$ 1 milhão perdoada com o agente do jogador, Eduardo Uram, além de ficar com uma quantia em caixa.
Presidente do Santos, Odílio Rodrigues, ao lado de Thiers Fleming e Ronald Luiz Monteiro (Foto: Bruno Giufrida)
O
primeiro desejo do atleta foi atendido em setembro do ano passado.
Depois, perto do fim de 2013, Cícero voltou a manifestar, desta vez
publicamente, a vontade de receber mais. As negociações para renovar o
contrato que o meia tinha com o Alvinegro, que ia até dezembro de 2014,
emperraram quando ele pediu R$ 500 mil de salários. Odílio também deu
uma “cutucada” no Bom Senso FC, movimento dos jogadores profissionais
que se propõe a lutar por melhorias para a classe.– Na cabeça dele (Cícero), ele estava bem, fez gols, era craque e
precisava ser valorizado. O Santos entendia que tinha de se respeitar o
contrato e nada mais. Não fica nenhuma mágoa, raiva, mas o Santos tem
que ser respeitado. Tem 102 anos de história e é maior do que todos nós.
Acho bonita a postura do Bom Senso, mas já que é para todos acertarem
as suas partes, no Bom Senso deveria ter a condição de o jogador cumprir
seu contrato – disse Odílio, em entrevista coletiva ao lado de Thiers
Fleming e Ronaldo Luiz Monteiro, membros do Comitê de Gestão do clube.Apesar de não dizer claramente, o mandatário deu a entender que a relação do Santos com Eduardo Uram ficou estremecida depois de uma das reuniões que tiveram. Segundo Odílio, o empresário queria que o Peixe comprasse um percentual de Cícero – o jogador pertencia ao Tombense (MG), time do agente, e estava emprestado. O clube não viu com bons olhos a oferta e – O Uram falou em outro aumento de salário. Achamos abusivo e não concordamos com esse aumento. Nessa negociação com ele, além de pleitear o aumento salarial, ele ainda queria que o Santos comprasse um percentual do Cícero. O Santos também não teve interesse. A partir daí, as partes não se sentiram atendidas no que desejavam – explicou.
Ciente do desejo do jogador, que queria ser mais valorizado, o Comitê de Gestão do Santos tomou uma decisão: não iria manter um atleta insatisfeito no elenco.
– O Comitê entendeu que, para segurar um atleta insatisfeito, teria que ser uma atitude com o fígado, não com a cabeça. Então, permitimos a sua saída, que vá ser feliz em algum outro clube – completou.
* Bruno Giufrida colaborou sob supervisão de Juliano Costa
Cícero deixou o CT do Santos na quarta-feira (Foto: Bruno Giufrida)
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