O americano Gary Hartstein, que foi médico-chefe da Fórmula 1 entre 2005 e 2012, escreveu em seu blog que tem quase certeza de que não haverá boas notícias em relação a Michael Schumacher, internado desde dezembro após sofrer um acidente de esqui na França.
"Tenho medo (e quase certeza) de que não escutaremos mais nenhuma boa notícia sobre Michael. No momento atual, eu prefiro nem ver as notas oficiais da família", afirmou Hartstein, possivelmente fazendo referência aos eventuais comunicados da assessoria de Schumacher, que dão conta de que o heptacampeão mundial teve uma melhora em seu quadro.
O médico explicou o porquê de sua preocupação, utilizando como base um estudo sobre pacientes em estado vegetativo permanente, mas que eventualmente mostram sinais de consciência - abrem ou piscam os olhos, por exemplo -, que pode ser o caso do alemão.
"Depois de seis meses, apenas uma pequena fração de pacientes nessa situação retomam a consciência. Na essência, a permanência do estado vegetativo ou a morte são as consequências mais comuns. E, basicamente, depois de um ano ninguém que está em um estado vegetativo permanente conseguirá recuperar a consciência", detalhou o médico.
O próprio Hartstein fez uma ressalva de que o caso de Schumacher pode ser de "estado minimamente consciente", onde ele conseguiria, em alguns momentos, interagir com o ambiente. Nesse estado, a situação do ex-piloto seria "ligeiramente melhor", segundo o americano.
"Haveria uma pequena, porém real, possibilidade de melhora na qualidade do estado de consciência nos próximos meses e anos. Dito isto, um número muito pequeno de pacientes no estado minimamente consciente voltam a falar, andar, se vestir, etc", contou Hartstein.
No texto, o médico ressalta que não tem nenhuma informação direta sobre o estado de saúde do piloto, mas afirma: "ainda considero que, se tivessem boas notícias para dar, já teriam dado. Não vejo razão para não contar a seus fãs se coisas significativamente boas tivessem acontecido."
"Falo essencialmente em cima do que está publicado e do que é consenso na epidemiologia sobre pacientes com sérias lesões na cabeça. E sempre vale a lembrança: quem trabalha com um número significativo de pacientes com lesões na cabeça já viu melhoras surpreendentes e inesperadas. Mas são raras, muito raras", explicou.
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